Cap. 3 Sherlock Isabella Holmes - parte 1
PDV Bella
Londres
Ainda na redação, antes de começar os preparativos para a investigação resolvi agradecer a ‘forcinha’ que Mike me deu com o chefe.
- Mike, muito obrigada pela indicação, não sei nem como agradecer.
- Não precisa agradecer, percebi que ultimamente você anda um pouco tristinha e resolvi te ajudar. Já que foi seu aniversário, isso fica como um presente.
- Poxa obrigada, se tudo der certo, no final eu te pago um chocolate quente com bastante creme! Pode ser?
- Claro. – Mike deu aquele sorriso sem mostrar os dentes só para ser educado.
Não importa se ele quer o chocolate ou não, eu sei que eu vou querer quando eu estiver com essa matéria publicada. Ah! Eu sempre vou querer um chocolate quente com creme.
Bem, vamos ver por onde começo.
Bella checou os emails e arrumou sua mesa, ela é uma pessoa muito organizada.
Isso já vale um ponto pra mim, não é?
Descobriu em seus arquivos que certa vez anos atrás alguns museus particulares estavam expondo peças de origem ilegal, desviadas ou até mesmo roubadas.
- EBA! - Opa! Acho que gritei isso, deve ser por isso que ta todo mundo me olhando.
- Desculpe pessoal. - Cadê o buraco para eu enfiar minha cabeça?
-*-
A caminho do Museu Flowerpot Bella imaginava as perguntas que faria ao administrador do local.
- Bom dia, gostaria de ser recebida pelo Administrador, isso é possível?
- Quem deseja? – Disse a Recepcionista.
- Swan, Isabella Swan, do Daily Mail.
- Um momento.
Tomara que esse homem me atenda.
Alguns minutos depois...
- Srta. Swan pode entrar.
- Obrigada!
O escritório do homem tinha uma arquitetura moderna, daquelas que dizem: eu custei caro. Era de muito bom gosto, daqueles tipos clean que todo mundo tem vontade de ter.Pelo menos eu tenho vontade de ter.
- Bom dia Srta. Sawn sou Edgar Wang em que posso te ajudar?- disse me estendendo a mão direita em cumprimento.
- Bom dia. - Retornei o cumprimento. – Bem Sr. Edgar preciso de uma informação e ficaria muito feliz se o Sr não me negasse. – Dei uma pausa para fazer um suspense sobre o que diria a seguir.
- Preciso do mapeamento de compra de suas últimas aquisições.
- Qual o propósito disso?
- Estou em uma reportagem e desejamos publicar qual a principal fonte de obras de arte dos museus de Londres. - Quem disse que isso também não pode fazer parte da reportagem, eu que não ia entregar o ouro assim.
- Desculpe Srta, mas isso é um pouco inusitado, não?
- Sugestão dos leitores. Surge cada uma que o Sr. mal pode imaginar. Contudo achamos que essa procede já que possuímos muitos museus.
- Nesse caso tudo bem, só um momento.
- Sr. Edgar será que poderia me identificar alguns dos seus principais fornecedores. Gostaria de entrevistar alguns também.
- Vou ver o que é possível. Aguarde aqui que eu já retorno. - Ele disse isso e sumiu através de uma porta na lateral esquerda da sala. Devia levar a outras salas, mais confidenciais e com objetos de valor ainda não expostos. Isso é comum nos museus, salas que nem todos os funcionários têm acesso.
Enquanto isso fiquei pensando quais seriam meus próximos passos. A tarde visitaria outro museu e tentaria mais informações.
Mais alguns minutos depois...
- Aqui está. – Nem tinha notado que o Sr. Edgar havia voltado.
- Muito obrigada! Podemos citar sua instituição na matéria?
- É claro, isso é uma ótima publicidade para nós.
- Até mais. – Me despedi e fui direto para meu apartamento, já estava na hora do almoço e como eu estava em uma investigação livre não era obrigada a ficar o tempo todo na redação.
Aqui em meu apartamento posso analisar esses documentos melhor e ter novas idéias.
Bella preparou seu almoço enquanto analisava os papéis que recolheu no museu. A origem dos objetos era diversa, mas identificou que a maioria das obras vinha da própria Europa.
O documento identificou que o museu tinha seus próprios “interceptores” digamos assim, pessoas que compravam as obras para lá. Havia também o endereço de um escritório que também intermediava as negociações entre os compradores, no caso museus e vendedores (lojas de antiguidades, colecionadores, bandidos? Mercado negro? É isso que vou descobrir)
Eu vou nesse escritório.
Viu uma coisa que lhe chamou a atenção, um nome que se repetia como intermediador, A. Brandon. Pegou seu bloco de notas e escreveu:
Lembrar de investigar A. Brandon.
Bella ligou seu computador e digitou na página de pesquisa A. Brandon e para seu espanto nada de atual, só encontrou um velho historiador alemão do século XVIII.
Bem, quem sabe eu não descubro mais sobre ele no tal escritório. Só indo lá para saber. Antes vou a mais um museu e vejo se também trabalham com esse escritório.
Bella foi a mais dois museus durante a tarde e conseguiu as listas dos fornecedores e em ambas o escritório e A. Brandon estavam presentes.
Descobriu o endereço do escritório e foi até lá. Um prédio com uma arquitetura linda, muito grande e imponente, ficava na área central de Londres próximo a bancos e lojas comerciais. Entrou no prédio e foi direto ao décimo quinto andar, este e os outros três de cima eram do escritório.
Na recepção uma jovem de cabelos ruivos e bem clarinha lhe sorriu. Bella leu na plaquinha presa ao uniforme: Victória.
- Bom dia em que posso ajudar?
- Bom dia Victória, meu nome é Isabella Swan gostaria de algumas informações.
- Sobre?
- Bem eu trabalho em um jornal, o Daily Mail e nós gostaríamos de invest..., quero dizer saber qual a origem das obras expostas nos nossos museus. Queremos saber quais países mais nos beneficiam.
- Para isso tem que ter hora marcada.
- Infelizmente não tenho, você não consegue uma pra mim?
- Acho que não. - Poxa ruivinha facilita pro meu lado.- Pelo menos tente me encaixar na agenda de quem é o responsável pelas negociações.
- Vou ver o que posso fazer.
- Swan! Quanto tempo! – quem ta me chamando?
Bella olhou e viu um moreno alto e corpulento ao seu lado, quase não reconheceu seu antigo vizinho de Oxford.
- Black! Muito tempo mesmo, quase não te reconheci. O que faz aqui?
- Eu trabalho aqui. Sou do setor comercial. E você o que faz aqui?
- Eu sou repórter e estou fazendo uma matéria. Gostaria de umas informações, porém não tenho hora marcada. - fiz uma cara de “cachorro que caiu da mudança”.
- Ah, mas não se preocupe eu estou com tempo livre e quem sabe eu posso te ajudar. Para uma bela amiga como você Bella, eu sempre tenho tempo livre. – Odeio esse trocadilho. (bela Bella)
- Minha sala é por aqui, por favor. – me indicou o caminho – Victória a Srta. Swan vai me acompanhar anote meus recados enquanto estou com ela.
Na sala...
- Bella o que exatamente deseja?
- Desejo saber quais os principais países que abastecem Londres de obras de artes.
- Mas isso é muito fácil: Os países da União Européia, Egito e Índia.
- Bem eu quero saber como elas saem de onde estão e vem pra cá?
- Bella eu te respondo, mas primeiro porque você não responde a uma pergunta minha?
- Se eu puder.
- Porque você não vem jantar comigo amanhã e eu respondo todas as perguntas que quiser.
- Eu tenho escolha?
- Você sempre tem uma escolha.
- Eu aceito. Mas antes preciso saber uma última coisa. Você conhece A. Brandon?
- Sim, fazemos muitos negócios com ele, contudo nunca estive pessoalmente com ele. Muitas das grandes obras que mediamos a compra foi ele quem nos encaminhou. Por quê?
- Por nada. Obrigada Jacob, foi um prazer rever você. Meu endereço está aqui no cartão espero você passar para me pegar às 20h, ok? – Coloquei o cartão na mesa.
- Ok. O prazer foi todo meu Bella. – Ele me deu um beijo no rosto e um sorriso malicioso surgiu em seus lábios. Não gosto desse tipinho de homem, que acha que só porque tem um jantar, vai ter a garota também. Aguenta firme Bella ele vai te ajudar nas pesquisas e também não é de se jogar fora.
- Até mais!
-*-
A noite toda Bella fez pesquisas, entrou nos sites dos museus e analisou os documentos que tinha. Uma das infinitas vantagens da internet era poder visitar as exposições online. Ela comparou reportagens antigas e novas, e descobriu que muitas obras desaparecidas reapareciam anos depois e eram expostas com muito orgulho pelas galerias e museus. Aparentemente não achou nenhum relato de roubo que apontassem para obras presentes nos museus que visitou. Também só se eles fossem muito burros, pensou.
Bella adormeceu, mas não se esqueceu daquele nome - A. Brandon. Com certeza esse deveria ser a chave da história.